Pesquisadores do NAVI vão a Israel prospectar parcerias

Equipe de Comunicação do NAVI

Publicado em: 22/11/2018

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Conhecimento, trocas e perspectivas. Foi assim que voltou a bagagem da comitiva do Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Os pesquisadores viajaram para Israel, no Oriente Médio, buscando discutir e ampliar as perspectivas do intercâmbio de pesquisas entre as duas culturas. “Além de ter sido um rico momento de troca de conhecimentos, estabelecemos diversos encaminhamentos para firmarmos acordos de cooperação em pesquisa e intercâmbio de pesquisadores”, afirmou o professor doutor Higor Morais, pesquisador do NAVI. Um dos objetivos da comitiva é a ampliação para as bases de estudos sobre o projeto de diagnóstico de câncer através de análise do Micro RNA , que já desenvolvem estudos com três tipos de câncer: próstata, mama e colo de útero.

Israel é um dos países que mais investe em Pesquisa e Desenvolvimento em relação ao seu Produto Interno Bruto e, em proporção ao tamanho da mão-de-obra, é o que ostenta o maior número de autores publicados nos campos das ciências naturais, engenharia, agricultura e medicina. Até hoje, 10 cidadãos israelenses foram laureados com o Prêmio Nobel em diferentes áreas. Quando se coteja o número de adultos com formação universitária, Israel ocupa o 2.º lugar, com 46%, enquanto o Brasil está na 100ª posição, com apenas 15%. Os gastos públicos em educação de ambos os países são equivalentes: 5,7% do PIB. Embora raramente ultrapassaram 0,5% da população mundial, mais de 19% dos prêmios Nobel foram concedidos a cidadãos de ascendência judaica.

“Missões como essa são fundamentais para a pesquisa de uma forma geral. Pudemos conhecer como a pesquisa está sendo conduzida, e assim, passamos a ter uma compreensão do fazer cientifico de grandes centros e podemos perceber vários pontos de convergência e várias coisas complementares entre os métodos de pesquisa, em comparação ao Brasil”, explicou Higor. O professor destacou que a partir da cooperação com as universidades estrangeiras existe a possibilidade de intercâmbio entre estudantes e docentes, para ampliação dos saberes.

Durante a visita os pesquisadores esclareceram pontos dos projetos já em desenvolvimento no Rio Grande do Norte e também a necessidade de estabelecer cooperações internacionais. As tecnologias baseadas em MicroRNA têm um grande potencial para o Sistema Único de Saúde no Brasil, sobretudo se forem aplicadas na atenção básica. “Essa inovação poderá colaborar essencialmente para o fortalecimento da medicina da família, impactando diretamente na qualidade dos serviços de saúde“, afirmou Higor.

Na viagem também estavam presentes pesquisadores do LAIS/UFRN, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Dr. Hemerson Casado Gama. A comitiva foi recebida pelo professor Avigdor Scherz, do Weizmann Institute of Science. Scherz é Professor Emérito do Departamento de Botânica e Ciências Ambientais do Weizmann Institute of Science. “A expectativa é que novas discussões sobre a temática sejam realizadas nos próximos meses”, afirmou o pesquisador doutor do NAVI, Leonardo Galvão.

A Universidade de Universidade Ben-Gurion do Neguev possui um acordo de cooperação internacional em curso com a UFRN, estabelecido em 2016. A expectativa é que este acordo facilite as ações encaminhadas na reunião. A equipe discutiu as coordenadas de trabalho conjunto com os professores Angel Porgador, Mahmound Huleihel, Ilan Shelef, Yuval Shahar, Itzhik Melzer e Dan Greenberg, Gal Ifergane, Gideon Sahar, Ronit Temes e Jacob Gopas. Além de discussões sobre pesquisas para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e do câncer, foram apresentados também projetos em desenvolvimento tanto da instituição israelense, como também do LAIS.

O grupo também visitou o campus Ein Kerem da The Hebrew University of Jerusalem, onde participaram de reuniões com os professores Ithai Rabinowitch, Ehud Cohen, Haya Lorberboum-Galski, Ofra Benny e Rinat Abramovich. Foram debatidas possíveis parcerias entre a instituição de ensino superior israelense e a UFRN, através do LAIS, com destaque para o desenvolvimento de tecnologias para o tratamento do câncer e da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Investimento na Pesquisa

“Quando se investe em pesquisa, o retorno vem. Não é possível desenvolver uma pesquisa de qualidade, uma pesquisa de ponta, como hoje ela é feita em Israel, com corte de verbas. É preciso que o país, o estado, defina quais são suas prioridades. Então aquilo que é prioridade, não pode ser cortado”, relatou o professor Higor sobre cortes em investimentos na pesquisa no Brasil.

As universidades e o instituto federal do Rio Grande do Norte terão cortes orçamentários de aproximadamente R$ 101,8 milhões, em custeio e investimentos, após anúncio feito pelo Ministério da Educação, de que irá cortar 30% do orçamento de todas as instituições no país.

O bloqueio no IFRN foi de 30% do orçamento, representando um valor de R$ 27 milhões menos em recursos de custeio e capacitação de professores, conforme dados do Siafi. O orçamento total previsto para a instituição da Lei Orçamentária Anual foi de R$ 90 milhões.

Considerado apenas o recurso previsto para a manutenção da instituição, o corte é de R$ 38,8% – cerca de R$ 26 milhões de um total de R$ 67,3 milhões.

“O corte é significativo e poderá inviabilizar o funcionamento do IFRN. Nesse sentido, estamos buscando interlocução com diversos agentes públicos a fim de garantir a integralidade do orçamento do Instituto”, afirmou, em nota, o reitor Wyllys Farkatt Tabosa.

“O conhecimento irá existir, de uma forma ou de outra, o que vai diferenciar é se vamos querer ser simplesmente consumidores, ou se vamos ser produtores”, explicou Leonardo Galvão, pesquisador do NAVI.

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